Quando o adolescente sai da prova achando que não foi bem
A primeira coisa que aparece, quase sempre, é um silêncio que pesa.
Não é apenas sobre a prova. É sobre a sensação de não ter sido suficiente.
De ter decepcionado alguém.
De não ter correspondido ao futuro que projetaram sobre ele.
Muitos adolescentes saem da primeira prova com a cabeça girando.
Parte é cansaço.
Parte é ansiedade.
Parte é a intensidade de um domingo que pede maturidade emocional para a qual eles ainda estão aprendendo a ter fôlego.
E aqui existe um ponto muito importante: esse sofrimento não é teatral, não é “drama”, não é frescura.
É o corpo inteiro respondendo a uma pressão que, muitas vezes, começou anos antes da prova.
Eles carregam nas mãos um lápis, mas nas costas carregam expectativas familiares, medo do fracasso, a comparação com os amigos, e a sensação de que seu valor está sendo medido em acertos.
Mas não está.
E nunca esteve.
O ENEM é relevante, sim.
Mas ele não é definidor de identidade.
Ele não diz quem o adolescente é.
Não diz do que ele é feito.
Não diz o que ele vai se tornar.
Ele mede apenas o que pôde ser feito naquele dia, sob aquelas condições, somando cansaço, ansiedade, descaminhos e acertos.
O que o adolescente precisa agora
Mais do que dicas de estudo, ele precisa de espaço emocional.
Ele precisa ouvir que o que sente é legítimo.
Precisa de presença, não de vigilância.
Precisa entender que não existe uma equação universal para o sucesso e que inteligência não se resume a uma prova de domingo.
É necessário dizer, com a calma de quem segura o mundo com as mãos:
Você não falhou.
Você está cansado.
Você está sob pressão.
E isso não diminui nada em você.
É essencial que ele saiba: existe vida antes e depois do ENEM.
E nenhuma delas depende de um gabarito perfeito.
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