Na clínica com crianças, a fala nem sempre é o caminho mais direto para o inconsciente.
Antes das palavras, existem gestos, cores, formas e silêncios que comunicam  e é justamente aí que o uso de materiais expressivos, como tintas e telas, torna-se essencial.

Ao pintar, a criança projeta conteúdos internos: emoções, desejos, conflitos e fantasias que ainda não podem ser simbolizados verbalmente.
O que aparece na tela não é apenas cor.  É linguagem.
É o sujeito se inscrevendo no mundo, encontrando uma forma de existir fora de si.

Na perspectiva psicanalítica, a arte possibilita a simbolização.
A criança recria o que sente, reelabora experiências e começa a construir sentidos para aquilo que antes era vivido apenas como afeto bruto.

Por isso, cada traço é escuta.
Cada cor, uma tentativa de tradução do que se passa dentro.
E cabe ao psicólogo sustentar esse espaço. 

Um espaço onde o brincar e o criar se encontram para dar forma ao que ainda não tem nome. 


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