Há dias em que o barulho ao redor não silencia o que ecoa dentro.
O riso coletivo, a música alta, a multidão apertada... 

Nada disso preenche aquele vazio que insiste em nos acompanhar.

É estranho perceber: estar cercado de pessoas não é o mesmo que estar acompanhado.
Às vezes, a solidão se disfarça de festa, de rotina, de conversa.

Ela se esconde no meio da multidão, mas continua presente, sussurrando que algo falta.

Porque o que buscamos, no fundo, não é presença física. É presença verdadeira.
É ser visto. Ser ouvido. Ser reconhecido como quem somos, e não apenas como mais um rosto no meio da multidão.

E talvez seja nesse ponto que nasce a dor mais silenciosa: a de se sentir invisível até quando há tantas pessoas em volta.

A boa notícia é que esse sentimento não precisa ser permanente.

Há lugares e encontros em que a escuta não é superficial, em que a presença é inteira, em que o cuidado se traduz em olhar.
E é nesse espaço que a solidão encontra, finalmente, um descanso.