Jessica Trindade Hirama
Psicóloga e Psicanalista
20 agosto, 2025
Memórias de Amor
Às vezes, o que guardamos não é a pessoa,
é o mundo que construímos com ela.
Um mundo feito de olhares, palavras, silêncios e, principalmente, daquilo que projetamos.
O amor que sentimos é sempre uma mistura de realidade e invenção.
Invenção não no sentido de mentira, mas de criação:
o outro nos atravessa e, a partir disso, criamos um universo onde ele ocupa um papel que só existe dentro de nós.
Na terapia, se aprende que, muitas vezes, a saudade não é só da pessoa
é de quem fomos quando estávamos com ela.
E entender isso é como abrir uma fresta na memória:
para perceber que o amor que ficou não é apenas sobre o outro,
mas sobre as partes nossas que ele despertou.