Existem “espelhos” internos que evitamos a todo custo: aqueles que nos mostram a culpa que carregamos, a inveja que nos corrói, o medo que nos paralisa e o sofrimento que tentamos negar.
A “fuga” dessas imagens é um movimento compreensível — afinal, encarar o próprio reflexo exige coragem para lidar com nossas fraquezas e inseguranças.
Na psicanálise, observa-se que fugir desses espelhos só prolonga o desconforto. Quando nos ausentamos do confronto com nossas emoções e feridas, perdemos oportunidades valiosas de aprendizado e transformação. Reconhecer a culpa, a inveja, o medo e o sofrimento é aceitar que somos humanos e falhos. Mais do que isso, é permitir a si mesmo o autoconhecimento necessário para encontrar caminhos de cura e superação. 
A fugacidade do alívio que sentimos ao evitar esse confronto não deve mascarar a profundidade das questões que ficam encobertas.
Aceitar o reflexo, por mais doloroso que seja, é o passo inicial para que possamos transformar cada fragmento de dor em um ponto de partida para a evolução pessoal.


Imagem 3 - Quadros Pintura em Tela Figura Humana Mulher no Espelho